A mãe envelhece enquanto
assiste à novela, meus nervos doem, não quero a mãe velha ao tempo que passa
sobre tristes novelas, às vezes a vida parece tomada por verrugas e cacos de
sonhos, cacos de sonhos é pior que nunca ter sonhado ou olhado para o céu. Me
agonia esse tempo em que verrugas riem
da gente na TV, tudo parece andar lá fora, mas aqui dentro há aquela espera
estúpida, esperar o? Vai o barquinho de papel leva a felicidade e eu como um
bobo corro atrás, os peixinhos todos rindo de mim, olho para água e sou um
palhaço que perdeu a graça.
Fecho os olhos e me imagino a
dançar uma valsa no calor quente do bem que só existe quando estou de olhos
fechados, algumas almas já nascem solitárias por mais que busquem o par da
alegria de conviver: tudo se vai em barquinho de papel.
Fico pensando como terá sido a
noite daquela senhora mendiga que dorme ao relento no mercado municipal. Faz
muito frio, ela e os outros mendigos devem sofrer muito esses dias, se pudesse
traria todos aqui par…